As polêmicas decisões desta quarta-feira do STJD (a foto do palhaço Bozo, ao lado, é a melhor imagem para retratar o que representa o STJD para o futebol brasileiro) que renderam suspensões a Léo (120 dias), Morales (oito jogos) e Réver (três jogos), todos jogadores do Grêmio, despertaram uma revolta generalizada da imprensa do nRio Grande do Sul.
E cá entre nós, eles têm certa dose de razão em chiar dos "nobres" auditores do tribunal.
Coluna de Ruy Carlos Ostermann, na edição desta quinta-feira (16/10) do Zero Hora:
Desprestígio
A decisão do tribunal, que sempre é motivo de discussão e até de suspeita, agora coloca o Grêmio como vítima de um julgamento que pode afetar gravemente o Brasileirão. O Brasil estava empatando mediocremente contra a Colômbia quando recebi a notícia. É difícil julgar uma decisão de tribunal sem ter à frente os autos do processo, as razões da acusação e mesmo suas justificativas. Mas as punições anunciadas, que retiram o zagueiro Léo do campeonato e também o centroavante Morales, além de suspender Réver por três jogos, no mínimo têm que ser consideradas como rigorosas. E como fere o Grêmio, e o Grêmio é o líder da competição, era uma exigência de bom senso que o tribunal, por melhores razões que tivesse, levasse em conta isso que pode contaminar toda a competição. E como já uma vez jogos foram anulados por razões absolutamente discutíveis e este fato, entre outros, determinou uma perda irrecorrível ao Internacional, parece que o futebol gaúcho continua sendo vítima destes exageros. Eu não sou daqueles que suspeitam ou que paranoicamente vêem em quase toda decisão a vontade de exercitar uma injustiça, mas se não houver uma mudança este fato que tenho agora no meio da noite à minha frente está desprestigiando o tribunal e a principal competição do país.
Coluna de Paulo Roberto Falcão, na edição desta quinta-feira (16/10) do Zero Hora:
A hora da limonada
Realmente é difícil de entender o rigor do STJD com os jogadores do Grêmio. Para um jogador ser suspenso por 120 dias, como aconteceu com Léo, ou pegar uma pena de oito jogos de suspensão, caso do uruguaio Morales, só mesmo se tivesse participado de alguma agressão violenta. Não foi o caso de nenhum deles. Todos foram punidos por excessos absolutamente toleráveis no futebol, esporte de choque, que com freqüência gera lances mais ríspidos, empurrões, pequenas agressões.
Não estou inocentando quem recebeu cartão vermelho ou amarelo. Se o árbitro viu irregularidade, o tribunal também poderia ver. Mas os juízes do STJD viram coisas que ninguém mais viu. Já vi jogador dar soco na cara de companheiro de profissão e pegar pena mais leve do que esta de Léo. Fica mesmo difícil de entender o rigorismo.
Certamente o Grêmio vai recorrer. Mas, independentemente dos recursos judiciais, o clube tem que tentar fazer deste limão uma limonada, transformando a evidente injustiça em motivação para os próximos jogos.
Sobre o assunto, recebi ontem um texto do diretor de Redação da Revista Placar, Sérgio Xavier, que sintetizo a seguir: “Nós, gaúchos, somos paranóicos. Acreditamos que o Brasil está sempre roubando da gente. Nem é culpa da nossa geração, é genético mesmo. Em 1835, fizemos até uma revolução contra o governo central. O Brasil está sempre prejudicando o Sul. Por isso somos paranóicos. No futebol, não é diferente. Somos sempre roubados. Na verdade, não é bem assim. Acabamos nos esquecendo dos fatos que nos favorecem e lembramos apenas das ocasiões em que somos prejudicados. Afinal, somos paranóicos. Em 2005, eram os torcedores do Internacional que estavam perto do título. Foram, de fato, prejudicados no célebre Corinthians 1 x 1 Inter apitado por Márcio Rezende de Freitas. O pênalti e a expulsão de Tinga entraram para a história do Brasileirão. Nesse período, não vi nada semelhante às decisões recentes do STJD. Tcheco, Réver, Léo e Morales tomaram de dois jogos a 120 dias de suspensão. Já vi muito exagero do STJD, jamais tantos casos ao mesmo tempo, e com o mesmo clube. Léo até merecia um gancho, mas os outros três? O Campeonato Brasileiro está sob suspeita e desconfio que não seja só a boa e velha paranóia gaúcha. Alguém deve explicações.
2 comentários:
dá uma bitoca no meu nariz????
eu tenho uma tese: esse tribunal está tentando fazer o que não faz os nossos tribunais: "Moralizar" e "punir" a torto e a direito, querendo mostrar ao legislativo como se faz.
é um absurdo isso: a qualquer coisa é tribunal. até já inventaram uma página de julgamento no UOL. virou uma instituição rentável e imbecil. estão definitivamente avacalhando com o esporte.
Postar um comentário