Para delírio daquela turma que adora ver a desgraça de uma celebridade - incluo aí muitos meios de comunicação, ávidos por mais pontos no Ibope ou exemplares de jornais vendidos -, o caso do atacante Ronaldo, do Milan, que se envolveu em uma confusão com três travestis na madrugada de segunda-feira, ainda deve render um bocado. Sorte deste pessoal, azar do Fenômeno!
Longe de fazer qualquer juízo de comportamento (cada um faz o que quer em sua vida particular), este caso, ao menos pelo que li na internet até agora, está sendo tratado de uma forma incompleta. Fora o fato lamentável de Ronaldo estar sendo vítima de uma chantagem barata, o que fica claro para mim é que o Fenômeno não está sabendo lidar com o final, cada vez mais próximo, de sua brilhante carreira.
Um sujeito que ganhou mais dinheiro do que poderá gastar em sua vida inteira; namorou algumas das mulheres mais cobiçadas do país; ganhou todas as glórias possíveis dentro do futebol; é uma das figuras mais conhecidas e adoradas todo planeta, certamente não está preparado para a hora do adeus (se é que alguém está, diga-se de passagem). E quando percebe que esta hora chega cada vez mais rápido, acaba sem saber como agir.
O destino construiu para Ronaldo uma das mais belas histórias já escritas no mundo do futebol. Mas fora de campo, com tantas contusões, desilusões amorosas e alguns barracos, este mesmo destino tem sido muito cruel.
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