Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 8 de janeiro do Diário de S. Paulo
O ano de 2010 mal começou, mas arrisco a dizer que uma das notícias mais importantes do esporte olímpico brasileiro veio do atletismo. Nesta semana, a Confederação Brasileira da modalidade (CBAt) anunciou uma mudança significativa em seu estatuto. A partir de agora, será permitida a participação de técnicos e atletas em sua Assembleia Geral. E o que é melhor: com direito a voto. Na prática, a CBAt entrou para a história como a primeira entidade esportiva do Brasil a permitir que os verdadeiros donos do espetáculo sejam ouvidos em relação aos destinos do atletismo.
Trata-se de um passo decisivo rumo à verdadeira democracia no esporte do país, o que não é pouca coisa. Há décadas, a estrutura esportiva brasileira convive com modelos arcaicos, onde a opressão é palavra de ordem entre os dirigentes e aos atletas resta somente obedecer.
É verdade também que no caso do atletismo, as mudanças estão começando aos poucos. Por enquanto, poderão participar da Assembleia Geral apenas os medalhistas olímpicos, como Maurren Maggi, Joaquim Cruz, Claudinei Quirino, Robson Caetano, Vanderlei Cordeiro de Lima e Nelson Prudêncio, entre outros. Já os treinadores convidados são os dos medalhistas olímpicos vivos: Carlos Alberto Cavalheiro, Luiz Alberto de Oliveira, Nélio Moura e Ricardo D’Angelo.
Dentro da ditadura que existe no esporte brasileiro, o passo dado à frente pelo atletismo do Brasil foi gigantesco. Que esta decisão histórica sirva de exemplo para as demais confederações.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo
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