De volta à labuta blogueira (e não sei quando dará para voltar por aqui novamente), dou de cara com a crise que baixou de vez no vôlei brasileiro, com a extinção da equipe do Finasa/Osasco, vice-campeã da última Superliga. O simples fechamento de uma equipe, não importa a modalidade, já é por si só lamentável, mas quando isso ocorre com uma das referências do vôlei feminino do Brasil, é caso de parar e analisar com calma a situação.
O vôlei gosta de alardear a todos os momentos que se trata do esporte mais organizado do Brasil, mais vitorioso e que consegue atrair os melhores patrocionadores. Boa parte disso é verdade. A maior prova são os resultados obtidos pelas seleções masculina e feminina nos últimos anos. Tem também o valioso apoio do Banco do Brasil, que segundo números extra-oficiais, despeja R$ 60 milhões anuais nos cofres da CBV, para bancar todas as categorias do vôlei de quadra, além do Circuito Brasileiro de vôlei de praia. Além disso, é a modalidade esportiva que mais recebe verbas da Lei Agnelo/Piva (cerca de R$ 2,5 milhões).
Internamente, contudo, o cenário do vôlei do Brasil é triste. As arquibancadas, quando não estão ocupadas pelos torcedores-claques contratados pelos patrocinadores, estão às moscas. Várias equipes fecham as portas porque não conseguem bancar a cara estrutura criada em torno do vôlei, cujos salários das principais estrelas olímpicas alcançam até R$ 100 mil mensais.
E não foi apenas o Osasco que fechou as portas. Este é o caso mais grave e de maior repercussão na mídia. É bom lembrar que o Brusque/Brasil Telecom e o Banespa/Medley, no feminino, além do Ulbra/Suzano, do masculino, também encerraram as atividades. Será que não tem nada de errado no vôlei nacional?
Soma-se a tudo isso uma Superliga cujo formato estúpido foi enfiado goela abaixo da CBV pela TV - e o presidente da entidade, Ary Graça, já disse ser um "pau-mandado" da TV -, temos um quadro que preocupa seriamente o técnico da seleção brasileira feminina, José Roberto Guimarães, preocupado com o futuro da modalidade.
O vôlei brasileiro é o mais organizado esporte brasileiro, os números provam isso. Mas está longe de ser a ilha de tranquilidade e perfeição que seus dirigentes gostam de apregoar.
Foto: as jogadores do Osasco/Finasa em uma cena que não se repetirá mais
2 comentários:
Rapaz, você não faz ideia de como fiquei triste com o fim do Finasa/Osasco.
Não porque eu seja um fã incondicional de vôlei, mas, não sei se muita gente lembra, o time de Osasco era o poderoso (e freguês do Leite Moça/Nestlé Sorocaba) BCN/Guarujá e eu, no já vai longe 12/13 anos de idade, fazia parte de uma torcida chamada Piratas do Vôlei, que incendiava os campeonatos estaduais e superligas da época.
Infelizmente, por conta da política complicada que Guarujá possui, o time se mudou para Osasco e lá continuou o sucesso (e a freguesia, mudando depois para o RJ).
Espero que não acabe totalmente e continue a mesma equipe que, lá no fundo, ainda tem a alma dos Piratas de 15 anos atrás.
Abraços Laguna.
Caro Marcelo, esse texto está potimo e quando escrevi sobre o tema recomendei que se lesse esse, muito mais completo e abrangente. Abraços.
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