Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 4 de dezembro do Diário de S. Paulo
Existe um esporte no Brasil que sempre se mostrou imune às chuvas e trovoadas: o vôlei. Três vezes campeão olímpico (duas no masculino e uma no feminino) e duas vezes campeão mundial (entre os homens), o vôlei brasileiro ficou conhecido por ser um modelo de gestão para os pré-históricos dirigentes das demais modalidades olímpicas do país. Mas, pelo visto, as coisas estão mudando. E para pior.
Por mais que mostrem uma verdadeira aversão à palavra crise, os dirigentes são obrigados a reconhecer que a coisa está feia. Ontem, um comunicado do Brasil Vôlei, de São Bernardo (ex-Banespa e Santander) anunciou o adiamento por tempo indeterminado da famosa peneira que o clube organiza há 25 anos. O motivo: falta de patrocínio para realizá-la.
E não se trata de uma simples “peneira”. Graças a ela, desde 1983 alguns dos maiores jogadores do Brasil foram descobertos, como por exemplo Marcelo Negrão, Giovane, Ricardinho, Gustavo, Murilo e Rodrigão, apenas para falar dos jogadores de seleção brasileira.
A postura marqueteira dos cartolas os impede também de aceitar que a Superliga de vôlei passa por um momento delicado. A edição 2009/10, que começou ontem em sua versão masculina, nunca teve tantos inscritos (30 times nos dois torneios). Em compensação, por causa da saída da empresa que bancava as passagens aéreas, a CBV pagará pelo transporte dos clubes, mas de apenas 13 atletas. Se isso não é crise, tenho até medo de quando ela chegar de verdade.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo
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