O ano de 1994 foi muito especial para mim. Do lado pessoal, foi o ano em que me casei. Já no lado profissional, fui escalado para cobrir o Mundial masculino de basquete em Toronto, onde acompanhei a vexatória campanha do Brasil, que terminou em 11º lugar, mas em compensação pude presenciar o show da seleção dos EUA, comandada por Shaquille O'Neal em plena forma.
E pelo caminho ainda tinha uma Copa do Mundo. O futebol colocaria à prova sua popularidade nos EUA, país sem nenhuma tradição no esporte e que até hoje o chama de soccer. Para quem esperava um Mundial com estádios vazios, qual não foi a surpresa em ver as arquibancadas sempre lotadas, com um público entusiasmado? Já dentro de campo não havia o mesmo nível de qualidade. As partidas tinham emoção, porém eram pobres em qualidade técnica. Muito por culpa dos horários dos jogos, disputados sob o forte calor do verão americano. No geral, somando prós e contras, foi uma grande Copa.
Pessoalmente, já não tinha a mesma paixão pela seleção brasileira. E sejamos justos: teria que ser muito pacheco para se apaixonar pelo time de Parreira na Copa de 94. Um futebol pragmático, que ia derrotando seus adversários, mas sem quase nenhum brilhantismo, exceção feita a Romário, o único craque da equipe.
Até que chegou as quartas de final. E mais uma vez a Holanda no caminho brasileiro. Ao contrário de 74, não fiquei xingando aquele time de camisas laranjas (que mais uma vez não jogou de laranja, mas sim de branco). Mas tenho que admitir que naquele dia, trabalhando na redação do então Diário Popular, me peguei torcendo muito pelo Brasil, que abriu 2 x 0, com Romário e Bebeto, e viu a Holanda empatar. Depois, o emocionante gol de falta de Branco, a nove minutos do final do jogo. E muita festa pela classificação às semifinais. Desde 1978 que o Brasil não estava entre os quatro melhores do mundo.
A festa, porém, ficou pra trás meia hora depois do jogo ter terminado. Foi quando recebi um telefonema de minha mulher e soube que a minha sogra havia acabado de falecer.
Não tenho boas lembranças daquele 9 de julho de 1994.
4 comentários:
Lguna, o Brasil ficou entre os quatro primeiros em 1978. arrume aí. Vencemos a Itália na disputa do terceiro lugar.
é verdade, tinha esquecido daquele lixo de 1978. Valeu, Rubão
recebeu meu email?
Da paraguaia? Ô se recebi (rs)
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