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domingo, 4 de julho de 2010

Só Freud pode explicar o ódio que o brasileiro sente de Diego Maradona

Por Luiz Augusto Lima
Do Blog Esporte Fino

Obs: Um texto brilhante, com o qual este blogueiro concorda 100%



Maradona, obrigado por ter incomodado tanta gente chata

Caro Diego, eu não gosto muito deste papo de “carta aberta”. A verdade é que soa meio ridículo, além do mais todo mundo sabe que você nem vai ler este texto…

Mas não encontrei outro modo para falar sobre você do que assim, diretamente.

Hoje você sofreu sua maior derrota no futebol. Imagino que nem a exclusão do grupo que venceu em 78, nem a derrota para os mesmos germânicos em 90 e nem mesmo o afastamento por doping, em 94, tenham doído tanto na sua alma.

Sabe, Diego, aqui no Brasil muita gente soltou rojão e soprou vuvuzelas a cada gol da Alemanha. Somos doutrinados a odiar vocês, argentinos, no futebol.

Muita gente não sabe ao certo nem por quê, mas a TV e o rádio ficam martelando que vocês são arrogantes, desrespeitosos e violentos.

Difícil é vender a verdade: de que tem gente boa e ruim dos dois lados da fronteira. Jogadores indolentes, violentos ou arrogantes vestindo os dois uniformes. Nem vou citar nomes agora.

Aqui no Brasil também adoram te colocar pra baixo porque você usou drogas. É um show de hipocrisia. Como se o vício não fosse um problema de toda sociedade, como se você fosse o único atleta de destaque a cair no pó.

“Ah, mas o Pelé nunca usou drogas”. Problema do Pelé. E pra você, que usou, problema seu. E de mais ninguém.

Eu, particularmente, gosto de você. Porque ao olhar para sua ímpar figura sei o que estou vendo. Um cara cheio de contradições, que equilibra o diabo e o anjinho com esforço. Como todos nós…

Obrigado por fumar charuto à beira do gramado nos treinos. Obrigado pelos beijos nos jogadores, pelo mergulho na grama de terno e gravata.

A Alemanha deu um baile em vocês. Mas você incomodou um bocado esta massa de gente chata e de ideias medíocres, cada vez mais conformadas com este mundo pasteurizado – repleto de “etiquetas corporativas”.

Um comentário:

Rubão disse...

A verdade é que nós, brasileiros, temos vergonha de sermos sul-americanos. Talvez por sermos o único país a falarmos português, nos sentimos excluídos.

O problema é que frequentemente esquecemos que estamos mis proximo d Angola do que de Portugal.

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