*Por José Antonio Lima
Do blog Esporte Fino
A nota oficial que Ricardo Teixeira (CBF), Alberto Goldman (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) publicaram na noite de ontem extrapola os limites da desfaçatez. Nos cinco parágrafos do texto, fica claro como o presidente da CBF, o governador e o prefeito de São Paulo consideram o torcedor/cidadão um completo palhaço.
O texto afirma que, após descartar o Morumbi, Teixeira “consultou” Goldman e Kassab sobre a possibilidade de a abertura ser no futuro estádio do Corinthians. A “consulta” é o grande prêmio que Andrés Sanchez ganhou por se aliar a Teixeira.
Como Andrés, Teixeira odeia o São Paulo, e nos bastidores é consenso que o presidente da CBF usou seu bom trânsito na Fifa para impulsionar a má vontade da entidade com o Morumbi. Enquanto o Morumbi foi submetido a um intenso escrutínio, o “Itaquerão”, que ficará próximo ao metrô mas cujo único acesso de carro é pela horrenda Radial Leste, ganhou a abertura mesmo sem existir.
A história fica ainda mais estranha levando em conta a capacidade projetada do estádio – 48 mil pessoas, insuficiente para a abertura. A nota de Teixeira, Goldman e Kassab – o que escancara a falta de compromisso público dos três – ignora esse ponto e, apesar de excluir a entrada de dinheiro público no projeto, não diz quem vai bancar a ampliação da arena. Segundo o Estadão, a Fifa vai bancar a ampliação do estádio, o que tornaria tudo um “freak show”.
Quando se fala em Copa no Brasil, a última palavra é de Teixeira. Ele é tão poderoso que se torna capaz de fazer dois políticos experientes assinarem uma nota que – estivesse fora do âmbito esportivo – seria considerada absurda. A reação da Fifa ao presente que o Corinthians ganhará é aguardada.
Se for favorável, revelará que a escolha do estádio paulista sempre foi um jogo de cartas marcadas, com direito a um bode expiatório (o Morumbi), a uma cortina de fumaça (Piritubão), inocentes sem culpa (Pacaembu, Palestra Itália e Canindé) e um vencedor que nem precisou entrar em campo – o estádio do Corinthians.
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