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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Copa do Mundo é nossa (9)

Do portal Copa 2014

Arena da Baixada pode ser
trocada pela Vila Capanema


Curitiba ainda negocia acordo com Atlético, mas prepara "Plano B" para Copa de 2014

Julio Cesar Lima - Curitiba

Causou mal estar na reunião da Comissão da Copa 2014 da Câmara de Vereadores, realizada na tarde de terça (17/8), em Curitiba, a ideia da Prefeitura de Curitiba de começar a trabalhar com um Plano B para a Copa de 2014, caso haja a necessidade de substituir a Arena da Baixada, de propriedade do Atlético Paranaense por conta dos imbróglios jurídicos e financeiros que tem acontecido nos últimos meses e podem atrapalhar as negociações futuras.

O Plano B, que segundo o representante da Prefeitura, Luiz Haiakawa, teria utilização nas Olimpíadas seria o uso da Vila Capanema, como é conhecido o estádio Durival Britto e Silva (do Paraná Clube) que abrigou jogos da Copa de 1950 e cujo entorno pertence à antiga Rede Ferroviária Federal e ao governo federal.

A menção a outro estádio irritou o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Gláucio Geara, que se disse surpreso com a proposta. “Eu assino uma coisa com o prefeito lá (na Prefeitura) e me mostram outra coisa aqui na reunião. Precisamos conversar sobre o que está acontecendo”, disse Geara.

Uma das vantagens apresentadas a favor da Vila Capanema, seria o fato de que o governo federal não teria problemas em realizar obras na região, haja vista que detém grande parte do terreno. “Já que estamos trabalhando na Rodoferroviária, na avenida das Torres (que liga o Aeroporto Afonso Pena ao centro da cidade) não haveria problemas com a Vila Capanema”, disse Haiakawa.

“Devemos lembrar que o Atlético não será beneficiário, ao contrário, terá prejuízo de R$ 40 milhões, pois deverá deixar a Arena, onde temos 22 mil sócios pagantes, para pagar aluguel em outros estádios. O Atlético não pode assumir uma dívida para um evento do qual todo o estado do Paraná vai usufruir”, disse Geara.

Potencial construtivo
Um dos motivos da reunião seria acertar o discurso em relação ao potencial construtivo. A solução, porém, deve encontrar oposição na Câmara. “Não há uma definição sobre o uso do potencial construtivo e sobre a aplicação de dinheiro público. Isso deve ser debatido em uma reunião sobre o tema”, disse Mario Celso Cunha, líder do prefeito na Câmara.

Segundo o acordado na última reunião entre Prefeitura, Atlético e governo do estado, a Prefeitura avalizaria o montante de R$ 90 milhões na forma de potencial construtivo para uma empreiteira apontada pelo clube. A empreiteira faria as obras necessárias em troca desses papeis, o Atlético arcaria com R$ 40 milhões, e o governo do estado repassaria R$ 45 milhões para Curitiba em forma de obras nos próximos anos.

Conforme a vereadora Professora Josete (PT), a lei que rege a negociação do potencial construtivo diz respeito a desapropriações e outras obras, mas nenhuma que se encaixe no perfil do que está ser executado. “Temos que discutir muito isso, pois não podemos passar por cima de uma lei”, afirmou.

Para dirimir essas dúvidas, um grupo da Prefeitura tenta adequar as necessidades existentes à Constituição, para que seja encaminhado um termo de cooperação para a Câmara. “Vamos nos reunir com o prefeito e ver o melhor encaminhamento para isso. Se for necessário, colocamos para votação nos próximos dias, pois não há muito tempo para nossa definição”, disse. O tempo a que se refere Cunha é o dia 2 de setembro, data limite para a cidade encaminhar seus projetos e ser incluído no PAC da Copa.

Para o presidente do Senge, Jaime Sunye, não se pode descartar totalmente a possibilidade de alterações no plano principal, que era a utilização da Arena. “É preciso ver toda a legalidade do processo, o impacto disso para a cidade, e ver como o mercado reage a uma possível alteração de seu plano. Temo que questionar se o potencial construtivo não chega a ser, no final, uma transferência de recursos públicos”, concluiu.

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