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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Diretoria autista faz São Paulo cair*

* Por Luís Augusto Simon
Do Blog do Menon

O episódio Sérgio Baresi foi o mais patético protagonizado por uma diretoria de futebol autista, que criou uma realidade paralela em que o São Paulo ainda é um exemplo a ser seguido e não um caso a ser estudado de como um grande clube pode se apequenar pela inépcia das pessoas designadas para dirigir seu departamento mais importante.

Sergio Baresi era o zagueiro central do time campeão de juniores em 1993: Rogério, Pavão, Sergio Baresi, Nelson e André Luiz; Mona, Robertinho e Pereira, Cate, Jamelli e Toninho. Apontado como uma das revelações da base, não teve sucesso no time profisssional. Começou a trabalhar em Cotia , ascendeu ao lugar que era de Vizolli e foi campeão da Copa São Paulo em janeiro.

O que parecia ser o início de uma carreira promissora – apesar do fracasso dirigindo a parceria com o Toledo do Paraná – foi precipitado extraordinariamente. Os senhores Carlos Augusto Barros e Silva, advogado e vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, vice-secretário de Transportes Metropolitanos e diretor de futebol e Juvenal Juvêncio, vice-presidente do clube dos 13, obcecado por fazer do Morumbi a sede de São Paulo na Copa e presidente do clube não conseguiram fazer o que deveria ser simples para as funções que exercem: contratar um técnico. Aliás, após a eliminação na Libertadores, João Paulo afirmou a quem quisesse ouvir que Ricardo Gomes continuaria e dirigiria o time no domingo. Oito horas depois, anunciava a demssão do treinador.

Baresi chegou com toda a pompa. Trouxe Danilo Augusto, preparador físico das categorias de base para trabalhar com ele, como auxiliar-técnico. E um outro auxiliar para a confecção de vídeos. Teria um estilo mais apropriado ao seu estilo de trabalho. Dois auxiliares. Ricardo Gomes não tinha nenhum. Paulo Autuori, Muricy, Leão e outros, tiveram apenas um.

Era a “República de Cotia” se instalando. Baresi achou que seria efetivado. E, apostando no sucesso total, chegou a fazer críticas veladas ao trabalho do preparador físico Carlinhos Neves, que foi chamado por Mano para a seleção brasileira. Empatou com o Cruzeiro em casa e conseguiu um empate no último minuto. Foi massacrado pelo Corinthians. Agora, Leco e João Paulo que o pintavam como um gênio, vão procurar um novo técnico. Deve ser anunciado na quinta-feira. Querem alguém autoritário. Ora, se os jogadores precisam de um técnico autoritário é porque o clube não tem comando.

O São Paulo, sob o comando de João Paulo e Leco está sendo passado para trás. Eles – como Juvenal – apostam apenas na contratação de jogadores com contrato vencendo. Não querem gastar. E conseguiram em 2010 a xepa da feira. Marcelinho Paraíba foi para o Sport. André Luiz para o Fluminense. Léo Lima para o exterior. Cicinho, em péssimas condições físicas, foi devolvido. Washington, com quem renovaram no ano passado, foi para o Fluminense.

Diante de tantos erros, houve o aproveitamento em massa dos garotos da base. O que deveria ter sido feito há tempos, sai agora, apressadamente. E tome fogueira. E tome decisão errada. Se o São Paulo está perdendo por 2 a 0 ou 3 a 0 para o Corinthians, a entrada de Sérgio Motta vai melhorar alguma coisa?

Mas, repetindo uma arrogância quatrocentona e tucana, eles acham que estão certos. João Paulo outros dia afirmou que o São Paulo tem “um planejamento contínuo de contratações” como se fosse tudo planejado, tudo maravilhoso, tudo certinho. E tome jogador ruim chegando. O clube precisa de uma intervenção no futebol. Não pode ser dirigido por João Paulo e Leco, o homem que fez de tudo para que Muricy deixasse o clube.

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