Jogadores indianos comemoram a vitória no confronto contra o Brasil/Crédito: Marcelo Ruschel |
A imagem de Thomaz Bellucci entregando o jogo para o indiano Somdev Devvarmann por porblemas físicos, na madrugada deste domingo, pelo confronto da respecagem para o Grupo Mundial da Copa Davis, simboliza de forma bastante significativa o atual estágio do tênis brasileiro no atual cenário internacional: um país sem forças para voltar a integrar a elite da modalidade e reviver os tempos gloriosos e não tão distantes de Gustavo Kuerten, quando, acredite se quiser, o tênis era motivo de discussão em bares e merecia manchetes do Jornal Nacional.
A desistência de Bellucci, que em caso de vitória teria colocado o Brasil de volta ao Grupo Mundial da Davis, acabou jogando a responsabilidade nas costas de Ricardo Mello, o número dois do país, que acabou perdendo por 3 sets a 0 para Rohan Bopanna, sacramento a vitória da Índia e a consequente classificação para a primeira divisão da Davis. Já o Brasil, que está distante da elite desde 2003, tentará novamente no ano que vem.
Desta vez, chegou muito perto, especialmente por ter feito 2 a 0 logo na sexta-feira, após suas vitórias de Bellucci e Mello. Mas a derrota esperada no jogo de duplas no sábado colocou a Índia de volta ao jogo. e neste domingo, deu no que deu.
Mas que ninguém lamente demais mais este resultado negativo. Embora tenha colecionado alguns bons resultados recentemente,o tênis brasileiro está pagando um preço bem alto pela sua incompetência. Ou alguém acha que pode passar impune o fato de contar com um dos maiores tenistas do mundo, como era Gustavo Kuerten, e nada fazer para massificar o esporte e assim descobrir novos talentos?
Sem contar que boa parte da crise do tênis veio ainda quando Guga jogava, mas no auge da briga política com o ex-presidente da CBT, Nélson Nastás, destituído da entidade por problemas em sua administração, marcada pelo boicote dos principais tenistas do pais numa disputa da Zona Americana da Copa Davis em 2004.
A derrota para a Índia neste domingo, por mais dolorida que tenha sido, só demonstra que o tênis do Brasil ainda pagará muito tempo por seus erros. Ah, antes que alguém me chame de corneteiro injusto: os brasileiros, Bellucci e Mello, ocupam respectivamente o 27º e o 75º lugares no ranking mundial. E foram superados por Devvarman e Bopanna, que estão em 113º e 479º lugares da lista da ATP.
Não é preciso dizer mais nada.
Um comentário:
O tênis brasileiro é mais um esporte sem base no país, sem CTs adequados, sem geração sendo preparada e com vários rachas e panelinhas entre os ex-tenistas e técnicos.
Nossos treinadores não fazem intercâmbio, não são amigos um dos outros, não se conversam e todo mundo - até a ATP em seu site oficial - achou que o Bellucci era um novo craque só pq chegou ao número 21.
Thomaz é um jogador mediano, com vários problemas técnicos - devolução, impaciência, deslocamento lateral, segundo saque, enfiar a mão na bola nas horas erradas - e que precisará de muita luta para ficar no top 50 ano que vem.
Esqueçam o fenômeno Guga, não teremos outro. O tênis brasileiro não faz nada para mudar essa situação, como todo esporte brasileiro.
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