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sábado, 2 de outubro de 2010

Feliz aniversário do quê, cara-pálida?



Do blog do Alberto Murray

Um Ano de Nada

Há um ano atrás eu escrevi um artigo na Folha de São Paulo entitulado “Uma Grande Hipocrisia”. Expus a minha opinião sobre a escolha de bela Cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2.016, que celebra o seu primeirto aniversário. Em um ano, nada de novo ocorreu no mundo do esporte. Se Vocês virem novamente os vídeos do dia da votação, a cartolagem olímpica e a politicalha afirmaram que “vamos começar a trabalhar assim que desembarcarmos no Brasil.” Não fizeram rigorosamente nada. Nem em obras de infra estrutura, nem na área esportiva. O País continua carente de uma política de esportes de base, de longo prazo. Os pobres do esporte estão cada vez mais pobres, enquanto os ricos mantém sua vida faustosa.

Os triunfos do Brasil, neste ano, continuam sendo em modalidades que já somos relativamente bons há pelo menos quatro décadas. Os esportes de menor expressão continuam de pires na mão. Vejam os resultados inexpressivos que o País obteve nos Jogos Olímpicos da Juventude, havidos no mês passado em Singapura. Essa é a geração que deverá representar o Brasil em 2.016. Alguém acha que em seis anos esses Atletas vão virar grandes campeões? Talvez um, ou dois. Não como decorrência de uma política de esportes. Mas por que serão valores esporádicos, talentos naturais, que serão lapidados, preferencialmente fora do Brasil.

Nuzman continua com sua entendiante catilinária de “vou transformar o Brasil em potência olímpica”. Vai transformar nada. Não tem projeto para isso. Se os tivesse já teria posto em prática.

O Ministério do Esporte segue aparelhado, outro “elefante branco” da burocracia nacional que mais atrapalha do que ajuda.

Para construir-se todas instalações farônicas que o Co-Rio mostrou aos membros do Comitê Internacional Olímpico, teriam que ter começado a trabalhar nisso há um anos atrás. Não vai dar tempo de fazer tudo aquilo. Neste ano, tudo o que ocorreu foi o cancelamento de uma licitação de edital maroto, para a contratação de um escritório de arquitetura. Belo avanço em um ano, para quem prometeu que iria começar a trabalhar “no dia seguinte”. Claro que tem aquele velho truque, que já foi utilizado no Pan Americano. Atrasam as obras o quanto podem, depois vira assunto emergencial e aí dispensam licitações. E a olimpíada acaba saindo ”no tapa”, de afogadilho, como foi o próprio Pan Americano. Brasil, o País da imprevidência.


Legado para o Rio de Janeiro? Ora pinhões! Não haverá nada. Eles não estão preocupados com isso.


Os mesmo personagens ainda continuam enrolados com os intermináveis processos no Tribunal de Contas da União, para que se tente desvendar onde foram parar os milhões super faturados do Pan Americano do Rio 2.007. É capaz de se chegar em 2.016 e ainda estarmos discutindo a farra do Pan 2.007. Cadê o dinheiro do povo?


Um ano depois da escolha do Rio como sede olímpica, não temos absolutamente nada a comemorar. O Rio e o Brasil merecem gente melhor no comando do esporte brasileiro. Que se preocupe menos com obras mirabolantes e mais com as pessoas, com os Atletas.


Não é por falta de aviso e de sugestões que essa gente do esporte não faz as coisas. Muita gente boa passou este ano inteiro gritando, apontando rumos, buscando soluções. Este Blog, modestamente, tem contribuido com isso. O que não faltam neste espaço são propostas de novos caminhos, sempre lastreados no esporte social, no trabalho de longo prazo. Mas a arrogância e a prepotência da nossa pajelança olímpica é enorme, que eles são incapazes de mudar de rumo.


É a primeira vez em que uma Cidade que sediará Jogos Olímpicos não faz absolutamente nada no ano subsequente à sua escolha. Até parece que aqui temos de tudo, que quase nada precisa ser feito.

Vitamina de sapo preto para a cartolagem do esporte e para os próceres do Ministério do Esporte.

Essa gente não vive pela melhoria do Brasil. São comprometidos com as entidades internacionais a que pertencem. Preferem que o Brasil e o Rio de Janeiro se danem, a correrem o risco de perder uma boquinha em algum órgão internacional qualquer.


Eu já escrevi aqui. É muito mais fácil ceder aos encantos e acenos dos tutancamons olímpicos. Difícil é resistir bravamente. Quem acredita neles, ou é ingênuo, ou está de má fé.

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