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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Ronaldo Fenômeno que eu vi

Seria chover na enchente falar da importância desta segunda-feira para a história do futebol brasileiro, com o anúncio do adeus de Ronaldo Fenômeno. Já tem gente boa demais falando sobre isso em tudo quanto é canto na internet, rádios, TVs. Prefiro falar do Ronaldo que eu vi de perto, quando ainda era conhecido como Ronaldinho, com muitos quilos a menos e uma carreira brilhante inteira pela frente.

Em 1996, em Miami, uma das sedes do torneio olímpico de futebol das Olimpíadas de Atlanta, eu vi o então menino Ronaldinho ficar aliviado com o final da novela de sua contratação pelo Barcelona, que aceitou pagar U$$ 20 milhões por um contrato de oito anos a um garoto de 19 anos, que tinha um enorme talento mas ainda era uma promessa. "Será bem melhor viver em Barcelona do que em Eidhoven. Lá era muito frio", dizia Ronladinho, exibindo sem medo todos os dentões.


Naqueles Jogos, vi Ronaldinho começar na reseva de Sávio (!?!?!) e apesar de ter entrado no segundo tempo, não conseguiu evitar a vexatória derrota para o Japão por 1 a 0, na estreia do Brasil nos Jogos. Mas o garoto era bom de  bola mesmo e ganhou a posição de titular diante da Hungria, quando fez o primeiro gol da vitória por 3 a 1. A vontade de jogar era tanta que ele se esqueceu de ir ao banheiro e precisou fazer um xixi básico no meio do campo, antes do jogo recomeçar.


Foi de Ronaldinho também o gol da vitória de 1 a 0 contra a Nigéria, que garantiu o primeiro lugar na primeira fase. E contra Gana, nas quartas de final, ele teve uma atuação de gala, marcando dois gols, um deles maravilhoso, na brilhante vitória de 4 a 2, como confirmam as imagens abaixo:



Mas no dia 31 de julho, nem todo o talento do menino Ronaldinho foi capaz de impedir a inacreditável derrota do Brasil para a Nigéria por 4 a 3, com o gol de ouro de Kanu na prorrogação, após estar vencendo por 3 a 1.  Mas mesmo diante de tamanho vexame, Ronaldinho já mostrava a personalidade que o transformaria num dos maiores de todos os tempos na história do futebol.


Ao saber que Bebeto, então capitão do time, culpou a falta de maturidade de alguns jogadores, que tentaram decidir tudo sozinhos, Ronaldinho não perdeu tempo e disparou: "Acho que faltou um líder como o Dunga, que gritasse com a gente no campo e que comandasse o time", afirmou Ronaldinho.


Tudo isso que eu contei acima não representou nem 5% do que Ronaldo viria a construir em sua brilhante carreira, que chegou ao fim nesta segunda-feira. Mas posso dizer aos filhos e netos que vi ao vivo despontar um dos maiores craques da história do futebol.


Valeu, Ronaldinho!

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