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sexta-feira, 4 de abril de 2008

Diário Esportivo: eis a coluna desta sexta

Como é difícil saber a hora exata de parar

Para todo atleta, talvez o momento mais difícil de uma carreira seja aquele em que o sujeito se depara com uma situação sem volta e que, no fundo, sempre procurou adiar o máximo possível: a hora da aposentadoria. Seja por causa de contusões freqüentes, decadência técnica ou mesmo desmotivação, qualquer um que conviva no universo esportivo sabe que a hora de sair de cena irá chegar, inevitavelmente.

Alguns conseguem trabalhar esta situação com resignada tranqüilidade, graças ao peso da idade. Outros bem que gostariam de prorrogar mais um pouco sua carreira, porém passam mais tempo no departamento médico do que competindo. E tem um outro grupo, composto por poucos heróis da resistência, que prefere desafiar os limites do tempo e continua por aí, nas quadras, pistas e piscinas da vida. Que o diga Fernanda Venturini, a maior levantadora da história do vôlei feminino brasileiro, que dois anos depois de sua aposentadoria oficial das quadras, ainda pede uma chance para defender o Brasil na briga por uma medalha nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Desejo e reparação

O problema é que entre o sonho de Fernanda e a realidade, há uma estrada imensa a ser percorrida. E esta estrada chama-se José Roberto Guimarães, o técnico da seleção feminina. Embora Fernanda tenha mandado um e-mail falando de sua vontade em defender o time brasileiro (aliás, um parênteses aqui: esquisito este negócio de mandar e-mail pedindo convocação, hein? Antigamente, estas coisas se resolviam numa boa conversa olho-no-olho), o treinador ainda não engoliu os sérios problemas de relacionamento ocorridos com Fernanda Venturini nas Olimpíadas de Atenas, quatro anos atrás.

Recordar é viver


Para quem não se lembra, em 2006, dois anos após o fiasco da seleção em Atenas — que foi derrotada de forma incrível pela Rússia na semifinal e depois por Cuba na disputa do bronze — Zé Roberto deixou no ar que Fernanda seguia ordens de Bernardinho e não as suas. No contra-ataque, a levantadora chegou a dizer que “nem por um milhão de dólares” voltaria a trabalhar com Zé Roberto. Se Fernanda Venturini está em forma ou não, é difícil saber. Mas acho que será quase impossível que os dois acertem os ponteiros até Pequim.

Samurai envelhecido
Outro que vem desafiando o tempo é o mesa-tenista Hugo Hoyama. Perto de completar 39 anos e com quatro Olimpíadas no currículo, Hoyama foi eliminado no Campeonato Latino-Americano na República Dominicana. Agora, só irá a Pequim se for convocado para o torneio de equipes. Mas será que vale a pena tanto esforço?

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