Após a maratona olímpica, o Diário de S. Paulo volta a publicar, na edição desta sexta-feira, a coluna Diário Esportivo. Neste retorno, este escriba faz a primeira de três colunas abordando os melhores (e piores) momentos dos Jogos Olímpicos de Pequim. Confira...
Pitacos olímpicos (parte 1)
Podem falar qualquer coisa dos recém-encerrados Jogos Olímpicos de Pequim, menos que eles não foram marcantes. Estes Jogos serão lembrados para sempre como aqueles em que China encantou o planeta com uma cerimônia de abertura inesquecível, porém manchada para sempre pela vergonhosa história da dublagem da linda garotinha Lin Miaoke, que fingiu cantar “Ode à Pátria”, e que foi escolhida por ser mais bonita (para os padrões chineses) do que a cantora de verdade, Yang Peiyi, de apenas sete anos.
Os Jogos de Pequim foram aqueles em que o mundo viu marcas consideradas insuperáveis serem simplesmente pulverizadas por verdadeiros fenômenos do esporte, como o nadador americano Michael Phelps, que ganhou oito medalhas de ouro, sepultando o feito do compatriota Mark Spitz, sete vezes campeão olímpico em Munique-1972; o velocista jamaicano Usain Bolt, a figura mais carismática das Olimpíadas, que ganhou os 100m rasos quase brincando e ainda cravou o impressionante tempo de 9s69; e a saltadora russa Yelena Isinbayeva, que mais uma vez superou seu próprio recorde no salto com vara, com 5m05.
Foi ainda em Pequim que duas atletas de países em conflito armado (Natalia Paderina, da Rússia, e Nino Salukvadze, da Geórgia) se abraçaram no pódio em uma prova do tiro, mostrando que o espírito olímpico ainda sobrevive.
Meninas brilhantes
Para o Brasil, Pequim-2008 também será inesquecível, para o bem e para o mal. Na China, as mulheres brasileiras conseguiram brilhar como nunca, com Maurren Maggi (a primeira campeã olímpica individual, no salto em distância); as garotas da seleção de vôlei (primeiro título olímpico feminino); Natália Falavigna (bronze no taekwondo, a primeira medalha da história da modalidade no Brasil); a dupla Fernanda Oliveira e Isabel Swan (bronze na classe 470, a primeira medalha feminina do iatismo); e Ketleyn Quadros, que por ordem cronológica na programação dos Jogos, tornou-se a primeira brasileira a faturar uma medalha individual em Olimpíadas, com o bronze na categoria até 57kg.
Chororô nacional
O Brasil que fez festa também chorou bastante, com o fim da hegemonia do vôlei masculino; o fiasco (mais um) de Jadel Gregório no salto triplo; o incrível tombo do favorito ginasta Diego Hypólito; e o sumiço da vara de Fabiana Murer. Para piorar, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que recebeu fortunas de verbas públicas para a preparação olímpica, teve que fazer um malabarismo para dizer que o desempenho nacional foi excelente, apesar de ter obtido o mesmo número de ouros (3) e total de medalhas (15) do que em Atlanta-1996. Enfim, os Jogos de Pequim foram tão marcantes que uma coluna só é muito pouco para falar sobre tudo o que se passou nestes incríveis dias de agosto. E assim, os pitacos olímpicos prosseguirão pelas próximas duas colunas.
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