Uma medalha de ouro com 2.980 dias de atraso
Um dos maiores micos da história olímpica do Brasil foi a participação nos Jogos de Sydney, em 2000. Embalado pelo caminhão de medalhas obtidas no Pan-Americano de Winnipeg, um ano antes, a delegação brasileira desembarcou na Austrália certa que iria faturar quilos de ouros. O que se viu, contudo, foi uma enorme frustração, com as seis medalhas de prata e outras tantas de bronze, obtidas após várias derrotas em finais, dia após dia, para desespero dos cartolas do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Contudo, oito anos depois do fiasco de Sydney, o atletismo pode levar, da forma mais inesperada possível, o Brasil da 52ª para a 36ª posição no quadro geral de medalhas.
A confissão do ex-velocista americano Tim Montgomery, de que competiu sob efeito de doping no revezamento 4 x 100m rasos nas Olimpíadas de Sydney, caiu como uma bomba no meio esportivo brasileiro. Isto porque os americanos, que ficaram com a medalha de ouro, correm risco de perdê-la em favor justamente para o Brasil. No dia 30 de setembro de 2000, a equipe brasileira, formada por Claudinei Quirino, Édson Luciano, André Domingos e Vicente Lenílson, ficou em segundo lugar, atrás justamente do quarteto americano. Naquele dia, a prata foi comemorada como ouro pelos brasileiros. Um ouro que poderá chegar oito anos depois.
Prêmio de consolação
A decisão de retirar a medalha dos EUA, porém, não é tão simples assim. Montgomery, que cumpre pena por estelionato e tráfico de heroína, não correu a final do revezamento. E pelo regulamento, apenas os seus resultados individuais seriam anulados em virtude do doping. Mesmo assim, os dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) promete que investigar o caso. Mas mesmo que se decida dar o ouro para o Brasil, os integrantes do revezamento não fazem muita festa. “Não teremos nada do que o atleta obtém com o ouro olímpico, como cantar o hino no estádio e obter dividendos com os patrocinadores”, disse o ex-velocista Edson Luciano ao repórter do DIÁRIO, Alessandro Lucchetti.
Luz no fim do túnel
Só pode ser recebida com otimismo a criação da nova Liga Nacional de clubes de basquete, em reportagem exclusiva do DIÁRIO, assinada pelo repórter José Eduardo Martins. Graças a um acordo com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), a competição passará a ser organizada pelos próprios clubes, atendendo antiga reivindicação. Este pode ser o caminho que o basquete do Brasil precisa para sair do fundo do poço.
Motivação
A confirmação do técnico Bernardinho no comando da seleção masculina de vôlei garante a manutenção de um trabalho vencedor. Mas será que o próprio Bernardinho ainda tem motivação?
Foto: A equipe brasileira do revezamento 4 x 100m comemora a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras pelo Diário de S. Paulo
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