Basquete perde a chance de fazer uma revolução
Os ventos positivos que sopram no basquete brasileiro desde o início do NBB (Novo Basquete Brasil), o campeonato da Liga Nacional de Clubes, não podem esconder os inúmeros problemas pelos quais a modalidade vem passando há anos. Péssimos resultados obtidos com as seleções principais — a feminina deu vexame nas Olimpíadas de Pequim e a masculina nem consegue participar dos Jogos desde Atlanta-96; falta de um trabalho de base decente; a esmagadora maioria dos clubes em estado pré-falimentar; um número cada vez maior de garotos e garotas preferindo jogar em qualquer time segunda divisão em algum país da Europa a ficar por aqui. Os problemas são tantos que até fica difícil listá-los.
Nada melhor do que uma eleição para tentar mudar este quadro, não é mesmo? Pois a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) terá eleição este ano. Mas a modalidade, por incompetência ou por puro medo de seus dirigentes, jogou pelo ralo a chance de colocar, pela primeira vez, um atleta renomado no comando de uma confederação. A candidatura do ex-pivô Marcos Abdalla Leite, o Marquinhos, que havia sido anunciada no final do ano passado, acabou não emplacando. E o motivo principal foi não ter recebido a indicação de pelo menos duas federações estaduais, exigência para que uma candidatura seja registrada na CBB.
“Foi muito desagradável. Eu tinha a promessa de apoio de três federações. Mas apesar de todos considerarem minha proposta maravilhosa, preferiram fechar com outras candidaturas”, diz Marquinhos, que a todo custo evitar falar a palavra “traição” para definir o motivo que acabou com o seu sonho. “O grande problema é que o pessoal joga pesado”, garantiu o ex-craque da seleção brasileira e que foi campeão mundial pelo Sírio em 1979, sem explicar exatamente que tipo de jogo pesado foi este que acabou com sua chance de ser presidente da CBB.
O sonho continua
Engana-se, contudo, quem pensar que Marquinhos desistiu de tentar novamente uma candidatura. “Agora que já sei como as coisas funcionam, voltarei mais forte do que nunca”, prometeu o ex-pivô, de 56 anos de idade, 44 deles dedicados ao basquete.
Nomes na mesa
Sem Marquinhos na disputa, a próxima eleição da CBB já conhece seus candidatos: além do incansável Gerasime Boziks, o Grego, que tentará nova reeleição, concorrerão Carlos Nunes, presidente da Federação Gaúcha, e Antonio Chakmati, presidente da Federação Paulista.
Confusão à vista
Alberto Murray Neto não é mais membro do COB. Ele garante que seu nome foi retirado da Assembléia Geral, por causa das constantes críticas que faz à entidade. Já a assessoria de imprensa do COB assegura que Murray já não integrava a chapa de Carlos Arthur Nuzman, reeleita no final de 2008.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sexta-feiras no Diário de S. Paulo
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