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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A briga pelo dinheiro

Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 6 de fevereiro de 2009 do DIário de S. Paulo

Uma revolução que pode diminuir o bolo do COB

Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, um imaginário país enviou para a China uma delegação composta por 40 pessoas, 30 delas atletas. Ao final dos 19 dias de competição, este “país” ocupou o 50 lugar no quadro geral de medalhas, com uma de ouro e duas de bronze. Estaria ao lado da Índia e ficaria à frente de algumas nações do chamado “primeiro mundo”, como Suécia e Áustria, que terminaram os Jogos sem nenhuma medalha de ouro. O país imaginário, na verdade, é o Pinheiros, um dos mais tradicionais clubes de São Paulo e conhecido centro formador de atletas para o esporte brasileiro.

Mas se a participação do Pinheiros rendeu bons resultados, através das medalhas do nadador César Cielo (um ouro e um bronze) e do judoca Leandro Guilheiro (um bronze), outras entidades, como o Minas Tênis Clube, Sogipa, Grêmio Náutico União, e até clubes tradicionais no futebol, como o Flamengo, também tiveram uma presença efetiva na delegação olímpica em Pequim. Para ser mais preciso, enviando 77% dos atletas brasileiros que estiveram na China. Diante deste quadro, os clubes cansaram de trabalhar com o bolso vazio, enquanto o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fica com generosa parcela dos recursos da Lei Piva, sob o argumento de bancar as despensas administrativas da entidade. Com a criação do Confao (Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos), os clubes vão brigar para que este bolo seja melhor dividido. O COB, é óbvio, irá lutar para que isso não aconteça. Pelo visto, a revolução no esporte olímpico brasileiro só está começando.

Guerra de números

Os clubes integrantes do Confao dizem que o COB fica com cerca de 50% dos recursos da Lei Piva e, pelas contas da nova entidade, poderiam abocanhar 30% desta verba. “Acho que 20% para as despesas administrativas está bom demais”, diz Márcio Braga, presidente do Flamengo. Já o COB divulgou terça-feira um comunicado, lembrando que a Lei Piva proíbe repasse de verbas a clubes com dívidas tributárias. O alvo era justamente o Flamengo, que passa por grave crise financeira, a ponto de terceirizar a equipe de ginástica artística, agora financiada pela prefeitura de Niterói.

Jadel contra Usain Bolt?

Jadel Gregório se prepara para a temporada de 2009, cujo objetivo é conquistar uma medalha no Mundial de Atletismo de Berlim, em agosto. E o recordista sul-americano do salto triplo acrescentou uma novidade em sua programação: começará a disputar provas de 100m rasos. Mas ele jura que não é para desafiar o incrível jamaicano Usain Bolt. “Será útil para aprimorar a minha velocidade”, garante Jadel.

Basquete de luto

Em apenas dois dias, o basquete brasileiro sofreu duas perdas muito tristes: a jovem pivô Michelle Splitter e Adílson Nascimento, ambos vítimas de câncer.

A coluna Diário Esportivo é publicada todas às sextas-feiras pelo Diário de S. Paulo

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