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sexta-feira, 27 de março de 2009

O basquete brasileiro às voltas com seu velho problema: falta de organização

Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 27/03 do Diário de S. Paulo


Planejamento não é mesmo o forte do basquete do Brasil

Duas situações que demonstram bem o descaso do basquete brasileiro com uma coisa simples chamada planejamento: 1) Atual vice-campeã olímpica e última campeã mundial, a seleção feminina da Austrália já está de olho nos Jogos de Londres, em 2012. Nesta semana, a nova treinadora da equipe, Carrie Graf, anunciou a lista de 28 jogadoras convocadas que começarão a treinar para a atual temporada, no início de abril. A programação incluí uma série de amistosos pela Europa, contra a Nova Zelândia e então a equipe partirá para o torneio classificatório do Mundial de 2010, marcado para a República Tcheca; 2) Traumatizada por ter desperdiçado a chance de ir à Pequim justamente no último jogo do Pré-Olímpico de Madri, diante do Brasil, a seleção de Cuba resolveu começar a trabalhar mais cedo para a Copa América feminina, que será em setembro, na cidade de Cuiabá (MT). A preparação para o torneio classificatório do Mundial contará com amistosos diante de algumas forças do basquete feminino mundial, como Espanha, Polônia, Eslovênia e China.

Enquanto isso, no Brasil o único assunto que desperta a atenção dos dirigentes é o processo eleitoral que escolherá o novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), em maio. Mas não seria mais interessante que a seleção já começasse a treinar agora, aproveitando até o calendário mais folgado no basquete feminino do país, seguindo o exemplo dos rivais? Pois é, como já disse neste espaço em outra ocasião, planejamento e basquete brasileiro são duas coisas que não combinam muito bem.

Diferença de qualidade
A preparação da seleção brasileira feminina visando a Copa América começará em junho, ainda sem data e local definidos. A partir de 20 de junho, a equipe comandada por Paulo Bassul iniciará uma série de amistosos — que certamente não terá adversários do mesmo nível de Austrália e Cuba.

Dois pesos, duas medidas
Candidato apontado com chances de derrotar Gerasime Boziks na eleição de maio na CBB, o gaúcho Carlos Nunes tem como uma de suas metas administrativas instituir apenas uma reeleição para a presidência da entidade. O estranho é que o próprio Nunes está há longos 14 anos no comando da Federação Gaúcha de basquete.

Cotação em alta?
O site Game Bids, especializado em analisar candidaturas olímpicas, aponta que melhorou a cotação do Rio na corrida para os Jogos de 2016. Os cariocas estão apenas atrás de Tóquio no ranking do site, enquanto a favorita Chicago ocupa o último lugar. Mas no Comitê Olímpico Internacional (COI) é voz corrente que a decisão está mesmo é na cabeça dos membros aptos a votar na eleição e que estas estatísticas são pouco representativas.

Foto: lance de Brasil x Coréia do Sul, na decepcionante campanha brasileira nos Jogos Olímpícos de Pequim, quando ficou em 11º lugar
Crédito: divulgação


A coluna Diário Esportivo, assinda por este blogueiro, é publicada todas às sexta-feiras no Diário de S. Paulo

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