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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pontos corridos x mata-mata: uma polêmica sem fim no futebol brasileiro

(...) Se o argumento da Globo prega "futebol é negócio", é necessário entender de que negócio se está falando. Se o negócio é o futebol, os clubes melhoraram suas receitas com bilheteria e seus contratos de patrocínio na era dos pontos corridos. Também acabaram com o risco da eliminação em novembro - eram dois meses sem atividade, pagando salário e 13º aos atletas. O que é bom negócio para o futebol não é necessariamente bom para a TV, e vice-versa. Por isso, se é a Globo quem faz força para os mata-matas voltarem, a pergunta é: ela pensa no bem do futebol ou da TV? Afinal, que negócio é esse?

O texto acima foi retirado da coluna do jornalista Paulo Vinícius Coelho, publicada na Folha de S. Paulo do último domingo (11/10). Trata-se, na minha opinião, de uma das melhores ponderações a respeito de uma polêmica que parece não ter fim no futebol brasileiro: qual o melhor sistema de disputa do Brasileirão, mata-mata ou pontos corridos?

É engraçado como esta discussão, que vem se acirrando desde que a CBF decidiu organizar o Brasileirão da mesma forma que as principais ligas do mundo, adquiriu contornos de uma "guerra santa", reunindo os mocinhos e os bandidos, não importando quem esteja de qual lado. Isso varia de acordo com o interesse do freguês.

Existem dezenas, talvez centenas de argumentos para cada um dos lados defender a sua melhor fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro. Mas um dos pontos que o PVC tocou de forma brilhante em sua coluna é, no meu ponto de vista, um golaço dos pontos corridos. É inegável que os clubes conseguem faturar mais dinheiro depois que o principal campeonato nacional de clubes passou a ser disputado em turno e returno. É óbvio isso, os números não mentem e querer brigar com números é burrice e teimosia.

Querer reduzir esta discussão apenas pelo ponto de vista da emoção, como muita gente boa e inteligente da imprensa insiste em fazer, é simplório demais. A questão vai muito além disso, chega à própria sobrevivência dos clubes. Não se trata de papo de são-paulino querendo defender um modelo no qual seu clube se dá bem, como o mesmo PVC relatou nesta coluna, ao reproduzir um diálogo entre Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes, dona dos direitos de transmissão do Brasileiro, e Júlio Casares, conselheiro do São Paulo e representante da TV Record.

Tudo isso, em minha opinião, seria resolvido com uma bela readequeda no calendário do futebol brasileiro, fazendo com que a Copa do Brasil pudesse ser disputada ao longo de todo o ano, com mais clubes (inclusive os que disputam a Libertadores) e tendo sua decisão realizada próxima às rodadas finais do Brasileiro. Um grande e emocionante mata-mata, deixando que a liga principal do Brasil fosse disputada na forma mais coerente, inteligente e lucrativa para os clubes.

Simples assim.

Um comentário:

Rubão disse...

Está na hora de brecarem o quero da Globo. Mas agora com Olimpíada e Copa vai ficar impossível.

dá vontade de sumir e volta só lá pra 2020. até 2016 será um inferno viver nesse país.

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