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domingo, 21 de fevereiro de 2010

A expulsão de Garrincha em 1962 e o
vale-tudo para ganhar a Copa do Mundo

Ótima reportagem exibida neste domingo pelo programa Esporte Espetacular, da Rede Globo,de autoria de Guilherme Rosseguini, trouxe à tona um episódio, digamos, polêmico, referente à conquista da Copa do Mundo de 1962 pelo Brasil: Garrincha, o grande nome daquela seleção, só pôde disputar a final contra a Tchecoslováquia porque dirigentes brasileiros subornaram o bandeirinha da semifinal contra o Chile, quando o jogador foi expulso.

No julgamento do caso, na véspera da decisão, como o bandeira, o uruguaio Esteban Marino, havia "desaparecido" misteriosamente, o caso foi anulado, pois somente ele havia visto a suposta agressão do ponta brasileiro ao chileno Rojas. Foi assim que Garrincha participou da partida e ajudou a seleção a conquistar o bi mundial.

O caso foi revelado pelo ex-árbitro brasileiro Olten Ayres de Abreu, que estava no Chile na condição de reserva do juiz brasileiro designado para a competição, João Etzel Filho. Segundo Abreu, foi Etzel o encarregado de conversar com marino e fazer a oferta tentadora: US$ 15 mil, que na verdade, de acordo com o ex-árbitro, foram apenas US$ 5 mil.

Na reportagem, Abreu contou que Marino lhe telefonou tempos depois, reclamando que lhe pagaram menos do que o combinado. Tanto Marino quanto Etzel já morreram, ficando apenas a palavra de Abreu para confirmar o episódio.

Na verdade, parte desta história já era conhecida, mas sem a riqueza dos detalhes narrados na ótima matéria do Esporte Espetacular. Há muito anos que já sa conhece no meio esportivo a história da "estranha" presença de Garrincha naquela final. A partir deste domingo, confirmou-se o que só era boato e lenda. E pelo menos para mim, fica a certeza que os bastidores do futebol são podres demais.

Aquela seleção de 62, mesmo com alguns craques já envelhecidos, era infinitamente superior a todas que estavam no Mundial do Chile. Não precisaria apelar para suborno para garantir o bi. Revelações como esta quebram o encanto que o futebol desperta em todos.

5 comentários:

Chicao disse...

Além disso, ainda houve o episódio do pênalti cometido pelo Nilton Santos, que deu dois passinhos pra fora da área e livrou o Brasil da marcação da penalidade. Que o Brasil era o melhor time, não há dúvidas. Mas ganhou essa Copa na marra.

Marcos Bonilha disse...

Agora só falta o Peru confirmar que se vendeu em 78 para a Argentina.

Marcelo Laguna disse...

Chicão, este lance do Nilton Santos mostra bem que aquela Copa estava "bem encaminhada" para o Brasil.

Rubão disse...

Essa história foi relatada por Mario Filho no livro "Chile 62", que era do meu avô e tenho.

No livro, Mario pergunta sobre a não-escalação de Mané a Paulo Machado de Carvalho. O Marechal da Vitória garante que ele jogaria e que "Esteban Marino", já havia embarcado de avião para casa.

Tudo muito sutil, mas a história foi relatada logo depois do episódio.

Aliás, o livro é simplesmente delicioso.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Talvez por isso tb a Copa de 1962 tenha sido sempre a menos falada de todas as Copas que o Brasil ganhou...Realmente isso mostra que os bastidores do futbol são podres. Infelizmente o ser humano é um bicho complicado que consegue corromper tudo, até um esporte que nada mais é do isso, um esporte.

Falta ver agora tb aquela história da Copa de 1998; nunca me convenceu aquela coisa de convulsão do Ronaldo e tal; vendo que depois o Brasil foi MUITO AJUDADO na Copa de 2002 (coisa que poucos falam tb, basta lembrar dos jogos contra Turquia e Bélgica...)

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