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terça-feira, 13 de abril de 2010

Do blog do Maurício Noriega

A cidade de São Paulo na Copa, o que eu penso

por Maurício Noriega

Como principal pólo econômico da América Latina, São Paulo não pode ficar fora da Copa do Mundo de 2014. Pelo que representa para o País, seria ideal para a abertura do Mundial. O Rio, cidade mais conhecida e principal destino turístico brasileiro para o mundo, deve fazer a final. Isso é cristalino, óbvio.

O único estádio de futebol na cidade de São Paulo atualmente em condição de pleitear um jogo de Copa do Mundo é o Morumbi. O normal seria que houvesse consenso entre clubes e todos os setores envolvidos em torno desse estádio.

Construir mais um estádio de futebol em São Paulo não parece fazer sentido. Há quatro estádios com proporções de média para grande: Canindé, Palestra Itália, Pacaembu e Morumbi. Todos precisam de muitas reformas para atenderem às exigências da Fifa, em maior ou menor grau.

O problema maior do Morumbi não está no estádio em si, mas na área externa, que não comporta estacionamentos e área para caminhões de transmissão. Hoje o acesso dos times é precário para os padrões internacionais.

Um investidor potencial em estádios com quem conversei questiona o fato de se investir milhões na reforma do Morumbi sem poder ser parceiro do estádio na hora de conseguir o retorno. Algo como pagar a reforma de um teatro e não ganhar um tostão no futuro. E o investimento para adequar o Morumbi é pesadíssimo.

Num mundo ideal, São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos deveriam utilizar o Morumbi em conjunto, dividindo despesas e lucros, como se o estádio fosse o que praticamente é, um patrimônio do futebol paulista. Mas será que o São Paulo toparia como dono do estádio? E os co-irmãos? Será que vale a pena para o São Paulo investir rios de dinheiro num estádio que servirá aos propósitos da Fifa por um mês, mas que talvez se torne um elefante branco para ele próprio depois da Copa?

Não faz sentido uma entidade como a Federação Paulista de Futebol construir um novo estádio em São Paulo. Pelo menos para mim. A não ser que o estádio possa ser compartilhado por três grandes clubes, que poderiam abrir mão de seus próprios estádios e ganhar dinheiro vendendo os terrenos ou ampliando suas áreas sociais. Isso certamente jamais aconteceria.

O Pacaembu não tem condições de atender às exigências da Fifa, é um estádio tombado. Nem atende aos desejos do Corinthians de explorá-lo mais e melhor economicamente, com camarotes e benfeitorias. Daí o eterno desejo corintiano de fazer um estádio que comporte confortavelmente um número grande de sua enorme massa de torcedores.

O Palmeiras está em vias de iniciar a transformação de seu estádio em uma Arena multiuso. Mas não quer encarecer o projeto, previsto para 45 mil lugares, ampliando-o para um número maior de torcedores. Embora seja o desejo de pessoas com influência política no clube, para pleitear a abertura da Copa. O mandatário atual do clube pensa num estádio menor, mas em condições de receber um jogo da Itália, por exemplo.

A Fifa não fala em dois estádios numa mesma cidade para 2014.

Enfim, uma confusão dos diabos.

2 comentários:

Rafael disse...

Não concordo que os 4 grandes do estado deveriam utilizar o Morumbi em conjunto, dividindo despesas e lucros. Quem construiu, arcou com as despesas, conseguiu recursos para sua construção foi o SPFC.

Clube, alias, que considero bastante antipático e sem carisma, no entanto foi competente o bastante para erger um estádio privado da grandeza do morumbi. Portanto, deve colher os frutos sozinho mesmo!

Boleiragem disse...

Quer saber mais sobre o Mauricio Noriega? Acesse http://midiaesporte.blogspot.com/2010/07/milton-leite-narra-final-da-copa-do.html

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