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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Falta de respeito na versão 2.0

Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 30 de abril do Diário de S. Paulo

No ótimo filme “Amor sem Escalas”, que concorreu em cinco categorias no último Oscar e saiu de mãos abanando, o personagem interpretado por George Clooney trabalha para uma empresa terceirizada e viaja pelo país inteiro com a tarefa de demitir pessoas. Até que uma nova funcionária cria um método de demissões on-line à distância que atrapalha consideravelmente a vida de Clooney.

Antes que o leitor chame o colunista de maluco e pense que está no caderno errado, a lembrança do filme tem a ver com o inacreditável episódio do fim do patrocínio da Blausigel ao time feminino de vôlei do São Caetano. Em uma demonstração rara de falta de respeito, a direção da empresa comunicou às atletas, por um simples e frio e-mail, a decisão de não patrocinar mais a equipe na próxima temporada. Somente dois anos depois de ter iniciado o investimento.

O que se tira deste lamentável episódio é que nem mesmo um esporte tão organizado como o vôlei consegue escapar da bagunça. Por mais que a prefeitura de São Caetano garanta a manutenção da equipe, sabe-se que a menos que apareça um mecenas disposto a abrir os cofres, será impossível manter o time no nível do atual, que ficou em terceiro na última Superliga. Ou seja, desemprego à vista.

Na verdade, existe um claro problema na forma de se administrar o esporte olímpico brasileiro, tanto por parte de quem patrocina como de quem é patrocinado. Paternalismo e falta de comprometimento são pecados comuns. Uma realidade que pelo jeito não irá mudar tão cedo.

A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo

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