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domingo, 28 de novembro de 2010

Um exercício matemático sobre como ficaria o Brasileirão com o sistema de médias

Termina mais uma rodada do Campeonato Brasileiro, a penúltima, e o que não faltou foi polêmica. Tem gente inconformada com o Palmeiras por não ter se esforçado diante do Fluminense, outros revoltados porque o Vasco fez a mesma coisa diante do Corinthians. Sem contar o que já havia ocorrido na semana passada, no 4 a 1 do Fluminense diante do São Paulo. E como consequência disso tudo, uma saraivada de críticas ao sistema de disputa do campeonato, em pontos corridos.

Em conversa com alguns colegas, e inspirado numa sugestão dada em uma coletiva pelo técnico Paulo César Carpegiani, do São Paulo, surgiram algumas ideias para minimizar a balbúrdia ocorrida nas rodadas finais do torneio - que, na minha opinião, tem mais a ver com o caráter das pessoas do que com o sistema de disputa. Além da marcação de clássicos regionais nas últimas rodadas, para tentar evitar a marmelada, e se o Brasileirão adotasse o sistema de média de pontos, como existe na Argentina?

Bem, o blogueiro aqui resolveu encarar o desafio e fez algumas contas. Vamos a elas:



Para efeito de classificação, adotei o mesmo sistema usado pelos "hermanos", que pega as três últimas temporadas, soma os pontos das equipes e divide pelo número de jogos disputados em cada uma delas. E usei ainda os seguintes critérios:

  1. Em azul, os times classificados para a Libertadores, conforme o sistema atual (na Argentina, classificam-se os campeões do Clausura, Apertura e os três melhores na soma de pontos em uma temporada);
  2. Resolvi classificar o Grêmio para a Libertadores-11, por não achar que o Goiás não ganhará do Independiente na final da Sul-Americana e por entender que o Botafogo não conseguirá derrotar o Tricolor gaúcho no Olímpico, domingo que vem;
  3. Em amarelo, os oito clubes que estariam classificados para a Sul-Americana;
  4. Em bege, os times na zona de rebaixamento
Entre as conclusões mais interessantes que pude constatar deste simples exercício matemático, estão que:


  • O Avaí não estaria brigando para fugir do rebaixamento e sim garantido na Sul-Americana do ano que vem;
  • O Goiás não estaria rebaixado;
  • Guarani e Grêmio Prudente, ambos com campanhas ridículas, já estariam rebaixados;
  • Vasco e Atlético-GO, se fosse adotado o mesmo sistyema de playoff na Argentina, jogariam sua permanência na elite do futebol brasileiro com Bahia e América-MG, respetivamente 3º e 4º colocados da Série B;
  • E por fim, o que achei mais interessante em toda esta numeralha, é perceber que o Vasco teria disputado as últimas rodadas do Brasileiro com muito mais vontade do que de fato disputou. Inclusive neste jogo contra o Corinthians

5 comentários:

Roberta Nina disse...

Noossa, qto número. Qtas contas. Não entendi nada!
Bom, eu só não quero acreditar que a ideia de acabar com os pontos corridos não tenha surgido só pq o Corinthians perdeu a chance de ser campeão brasileiro no ano do Centenário. Espero mesmo, que tenha a ver com o corpo mole dos times. Mas a verdade é uma só: quem quer ser campeão, tem que jogar pra ganhar, ir p/ cima e não depender de ninguém.
Brasileiro c/ pontos corridos é assim: ganha quem vacila menos e quem tem Muricy Ramalho como técnico! Rss...

Abraços!

Mais RH disse...

Laguna,
Gostei da sua tese, mas, como ex-colega de trabalho no Diário Popular, permita-me a liberdade de dizer que você perdeu seu tempo, porque os classificados para a Libertadores continuaram os mesmos (rs): Fluminense, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, Internacional e Santos.
Só muda a "rabeira", como você bem destacou.
E ressalto que sou totalmente contra essa campanha que alguns colegas nossos de profissão estão fazendo para a volta do mata-mata no Brasileirão.
Antes, todo mundo era contra. Julgavam o sistema injusto, que só os times mais fortes financeiramente conquistariam o título, etc, etc.
Agora, só porque o Corinthians está sendo prejudicado, começam a detonar o sistema de pontos corridos.

Forte abraço!

Vanderlei Abreu

Carlos Correa disse...

olá amigo, interessante o sistema que, assim como playoff ou pontos corridos ou qualquer outro, tem pontos fortes e fracos.

mesmo assim, eu tenho a forte impressão de que o futebol sulamericano carece de um jogo final. faz parte da nossa cultura

Bonilha disse...

Acho que dar uma vaga para o campeão do segundo turno era uma boa. Embora que, do jeito que o Brasil é, capaz do time ser último no primeiro turno e, depois, campeão do segundo. hehehe

Aliás, estou vendo esses comentários sobre médias, mas não vi ninguém lembrando que em 99 usaram esse sistema e acabou dando aquele rolo do Sandro Hiroshi e do Gama.

Marcelo Laguna disse...

Vamos às respostas, num bloco só:

1) Roberta, também concordo com você: quer ser campeão, tem que ganhar suas partidas e não depender de ninguém. Se o Corinthians tivesse vencido o Atlético-GO ou o Ceará, no Pacaembu, já poderia estar com a mão na taça.

2)Vanderlei, a ideia era mesmo manter o critério da Libertadores, mesmo com esta brincadeira matemática. Mas concordo contigo: acho que a choradeira contra os pontos corridos, de alguns setores da mídia, pode ter a ver com isso que você apontou, sim;

3) Carlos, continuo convicto de que o melhor sistema é o de pontos corridos, independentemente de ser aqui, na Europa, Ásia etc. Mas admito que algum tipo de ajuste precisa ser feito. De repente, algo que me ocorreu agora, um jogo final entre o 1º e o 2º colocado, se a diferença de ptos entre eles for de 3 ptos ou menos, com a vantagem do empate para o time que fez a melhor campanha..

4) Bonilha, esta história de 99 só aconteceu por culpa do Botafogo, que ganhou os ptos do jogo do São Paulo e escapou do rebaixamento. Aí, veio a famigerada Copa JH e todo mundo viu no que deu.

Obrigado pela participação de todos vocês, pessoal. E continuem pitacando!

Abs

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