
As duas ginastas, integrantes da equipe brasileira que participou das Olimpíadas de Pequim, foram bem claras ao dizer que competiram "baleadas" e que nunca tiveram tempo necessário para fazer um trabalho decente de recuperação física. Daiane, por exemplo, sente dores no joelho desde os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.
O médico Wagner Castropil, em matéria do repórter Alessandro Lucchetti na edição desta quarta-feira do Diário de S. Paulo, foi bem claro ao dar uma cutucada na Confederação Brasileira de Ginástica. Para ele, a CBG deveria contar com uma equipe multidisciplinar e assim tentar evitar tantos contusões.
Ele citou como um problema o fato das atletas terem que se submeter a uma dieta limitada a 800 calorias/dia. Isso dificultaria o processo de recuperação de lesões.
Só para lembrar, em setembro a ginasta Jade Barbosa esteve também envolvida em uma polêmica com a Confederação, graças as acusações de seu pai de que ela teria competido com uma grave contusão no pulso direito. Na mesma época, as ex-integrantes da seleção permanente, Maíra dos Santos e Roberta Monari, relembraram que tiveram problemas de lesões mal curadas (relembre a coluna Diário Esportivo que tratou sobre o tema).
Já passou do tempo para a CBG manifestar-se sobre todos estes problemas. Atletas de alto rendimento estão sujeitos a problemas físicos, ainda mais em um esporte de tão forte impacto como a ginástica artística. Mas este irritante silêncio coloca a entidade sob suspeita de estar preocupada apenas com os resultados e não com a integridade física de suas atletas.
Foto: Alaor Filho/Divulgação COB
2 comentários:
Também acho irritante esse silêncio. Se é verdade que o esporte de alto nível faz mal à saúde e que quase todos os atletas competem com dor, tudo tem limite. É ingenuidade esperar que essas meninas, que desde crianças vivem no rígido esquema de trabalho da seleção permanente, se revoltem e dêem um basta nessa situação. A responsabilidade é da confederação, que tira essas atletas de casa ainda crianças e permite que uma compita com o joelho torto e outra, com o pulso estourado.
Valeu pela visita, Marco. A CBG tem que se manifestar logo sobre isso, a situação está uma vergonha.
abs
Postar um comentário