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domingo, 26 de outubro de 2008

Histórias, lendas, loucuras e falta de bom senso na maior "barriga" do jornalismo

A despeito do assunto que agitou o jornalismo esportivo e a F-1 nos últimos dias, vale dizer que o jornalista Lemyr Martins é um dos profissionais que aprendi a admirar em meus quase 25 anos de profissão. Trabalhei com ele na Revista Placar e se não bastasse o fato de ser um repórter e fotógrafo pra lá de competente, trata-se de um grande companheiro, que sempre tratou a todos com educação e humildade, ao contrário de muito coleguinha metido a besta por aí...

Isso não livra a sua cara no incrível episódio do "diálogo exclusivo" da Ferrari com Rubens Barrichello, no famoso GP da Áustria de 2002, que ele publica em seu livro Histórias, Lendas, Mistérios e Loucuras da Fórmula 1, que será lançado esta semana.

O "diálogo", que nada mais é do que uma piada que circulou na internet à época da prova, traz entre outras maluquices, alusões a um possível seqüestro da mãe de Barrichello, o sumiço de um cãozinho de estimação do brasileiro e as ameaças de um executivo da Ferrari que jamais trabalhou na escuderia. Na verdade, o sujeito nem existe!

Não sei até agora quem levou a pior neste episódio: a reputação de Lemyr, a Panda Books, editora do livro, ou o jornal Lance!, que sem cumprir a regra básica do bom jornalismo, que é checar os dois lados da notícia, simplesmente publicou o diálogo e ainda deu destaque em sua capa.

Acho que todo mundo saiu perdendo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Panda Books não é a editora do "jornalista curioso" desprovido de caráter? A explicação pode começar por aí...

Abraço

L-A. Pandini disse...

Oi, Laguna. Obrigado pelo convite para passar por aqui!

Sobre o Lemyr: infelizmente, ele foi negligente consigo mesmo. Em algum momento, ia acontecer o que aconteceu.

Sinceramente, não me sinto à vontade para colocar mais lenha nessa fogueira, embora não faltem considerações a acrescentar. Acho que "me abri" o suficiente no meu blog. Escrevi algumas coisas aqui mesmo e acabei por apagá-las. Talvez seja sinal de que ainda resta dentro de mim respeito pelo Lemyr, como pessoa e como profissional que li quando garoto na Placar.

Marcelo Laguna disse...

É isso aí, Panda. Às vezes é melhor a genbte deixar a poeira baixar e não aumentar a força da tempestade.

Obrigado pela visita e volta sempre, beleza?

Abração

Unknown disse...

Laguna, amigo, tudo bem?
Caro, parabéns pelo seu post ponderado. Lamentável o que andei lendo em outros blogs por aí. Fiquei extremamente chateado. O Lemyr errou? Errou, isso é fato. A editora errou? Errou também. Mas daí fazer o que fizeram com o Lemyr -- só faltou linchamento em praça pública -- é demais. Por tudo o que ele fez na carreira, não merecia isso. É muito rancor e dor de cotovelo da trajetória dele no jornalismo.
abração
Venditti

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