Festa brasileira em Sydney/00, diante das russas./Crédito: CBB |
"Passar a borrocha e esquecer o que passou nesta fase. O Mundial recomeça na segunda-feira para o Brasil. Que bom, ainda tem uma chance", escreveu Paula no Twitter, pouco depois da derrota para a Espanha, no sábado. Um dia antes, após a partida contra a Coreia do Sul, ela fez uma referência a um passado de tão boas lembranças para o basquete brasileiro. "Quando ganhamos em 94, começamos a primeira fase da mesma maneira. Jogando nada."
Pois ainda hoje está mais do que nunca viva na minha memória um incrível duelo entre Brasil e Rússia, pelas Olimpíadas de Sydney, em 2000. Eu estava na Austrália, fazendo a cobertura dos Jogos pelo extinto site de esportes SportsJá! e vi de perto a dificuldade com a qual a seleção se classificou para as quartas de final. Nas últimas duas partidas, duas derrotas, para França e Canadá, e jogando muito mal. O adversário no primeiro mata-mata seria a forte Rússia, que ficou em segundo na outra chave, atrás apenas dos EUA.
Ao lado de outros colegas brasileiros, fomos para o ginásio, já com o espírito preparado para ver a eliminação da seleção. Só que aquele jogo foi diferente. O Brasil incrivelmente jogava bem, não deixava as russas deslancharem no placar. Tanto que o primeiro tempo terminou com somente um ponto de vantagem para elas (39 x 38). E no segundo tempo a coisa continou do mesmo jeito, com todas as bolas brasileiras caindo, com todos os rebotes sendo recuperados. As russas não estavam acreditando.
Já na tribuna de imprensa do ginásio de Sydney, blocos de anotação e canetas eram jogados para o alto, diplomas eram devidamente rasgados e um bando de jornalistas emocionados pôde testemunhar de perto um dos últimos momentos de orgulho do basquete do Brasil.
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