boo-box

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O polêmico (e inadequado) discurso
de Andrés Sanchez na festa da CBF

"Você ser primeiro [campeão] depois de ser rebaixado, como meu time já foi, é doloroso, mas é um orgulho voltar pela porta da frente"

Antes de mais nada, é necessário se fazer uma observação: Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, não disse nenhuma mentira em seu discurso nesta segunda-feira, no final da entrega dos prêmios Craque do Brasileirão. O Fluminense retornou à elite do futebol brasileiro SIM pela portas dos fundos, quando saltou de uma vitoriosa campanha na Série C em 1999 para a Copa JH em 2000, aquela que reuniu quase100 clubes divididos em quatro módulos e que foi decidida entre Vasco e São Caetano.

O Fluminense, o mesmo clube cujos dirigentes abriram vergonhosamente uma champanhe em 1996, quando uma mudança no regulamento do Brasileiro salvou o time do primeiro rebaixamento, que finalmente veio a ocorrer em 97.

Isto posto, Andrés Sanchez mostrou mais uma vez que apesar de posar de moderno, mostrou que não passa de um cartola comum. Além de extremamente mal educado (se bem que isso não deveria ser novidade para ninguém), teve sensibilidade de um elefante numa loja de cristais ao querer "brincar", para dizer o mínimo, com o time que acabara de superar o dele e festejava a conquista do Brasileirão.

Andrés Sanchez poderia ter passado sem este mico...

6 comentários:

Salgueiro disse...

Meu caro,

pelo vídeo postado, Andres Sanchez realmente foi indelicado e perdeu a compostura.
Agora as pessoas que lá estiveram e puderam acompanhar todo o clima que envolvia o evento, com direito a xingamentos, vaias e ofensas, talvez abrandem um pouco o tom das críticas ao presidente corintiano.
Essa festa, assim como muitas outras, peca porque vira um evento para torcedor que não aceita que o rival seja também premiado.
Como Ronaldo disse, para amar o Fluminense, o torcedor tricolor não precisa odiar os adversários.
Acredito que seria uma decisão sensata a CBF mudar o local da festa, realizando o evento a cada ano num estado diferente. Talvez isso diminuísse a ira dos torcedores do time campeão, que vão à festa para atacar os rivais.

abraço
FS

Marcelo Laguna disse...

O problema aí, Fábio, é que falta jogo de cintura pro Andrés. Ele ocupa o carga de presidente de um dos clubes mais importantes do Brasil e agiu como porta-voz da Gaviões...

Sobre a sua sugestão, seria o ideal, mas jamais vai acontecer, porque é a CBF quem organiza o rega-bofe. Quando um time que não for carioca voltar a ganhar o Brasileiro, é provável que este "excesso de animação" da torcida no Teatro Municipal do Rio seja diminuído.

Abração

Salgueiro disse...

Meu caro,

pedir jogo de cintura ao Andrés, realmente é difícil, quase impossível. Mas neste caso acredito que ele deixou aflorar o seu lado torcedor, diante de tantas ofensas. Foi o chamado chumbro trocado!
Agora uma coisa é fato: como o futebol está chato, hein!? A rivalidade, quem diria, vai acabar com o futebol. Hoje é proibido você simpatizar ou representar determinado clube. O ódio impera!

Marcelo Laguna disse...

Neste ponto fecho com você: isso realmente está insuportável. Acho que isso tem um pouco a ver também com o espírito arraigado por campanhas de cerveja, exaltando o espírito "guerreiro" no futebol. Um saco tudo isso
abs

Roberta Nina disse...

Marcelo,
Você usou o termo ideal no título da postagem deste texto. Apesar de real, de ter fundamento, o discurso do Presidente do Corinthians foi inadequado. O time que ele preside estava sendo homenageado pela CBF (é claro!) naquele momento e até mesmo o Ronaldo, de quebra, foi bajulado recebendo homenagens. Bastava, apenas, o Sr. Andrés receber a placa reverenciando o Centenário Corinthiano, agradecer e se retirar do palco. Mas não, ele foi até o microfone pra pregar a palavra num momento inoportuno, que não era pra ele. Atitude insensível, maldosa e feia.
Achei muito "mimimi" dito por um presidente de um clube que prega que não vivem de títulos. Ora, ora, se um time de futebol não vive de conquistas, eu não sei mais o que realmente importa.
Futebol está chato - como disse o Salgueiro acima - e hipócrita. Muito fanatismo e pouco espetáculo futebolístico. Temos como representantes verdadeiros fanfarrões que não dão o devido valor aos clubes e aos torcedores.
Andrés abriu a boca pra falar groselha, pq no ano de 2000 o Corinthians também caiu, mas não desceu. Ficou em penúltimo lugar na Copa João Havellange e foi favorecido pelo regulamento, não é mesmo?!
Só nos resta esperar por melhores dias e melhores pessoas comandando o esporte que todo brasileiro ama de verdade.
Amamos tanto que chegamos a ficar cegos sem valorizarmos o que realmente importa: bola rolando de maneira bonita, títulos conquistados sem marmotas, arbitragens decentes e profissionais dispostos a honrar a camisa que vestem - seja dentro ou fora das quatro linhas.

Um abraço,
Roberta

Alan disse...

Faltou ao presidente corintiano a mesma elegancia do Ronaldo quando foi homenageado. O jogador com poucas palavras deixou alguns mal educados com vergonha enquanto o cartola tomou uma vaia intensa.


Eu sou torcedor do Flu fanático e acho que cada dia que passa, rivalidade estão sendo substituídas por ódio. A disputa esportiva não é mais entre adversários e sim inimigos. Uma pena.

Related Posts with Thumbnails