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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ronaldinho recebido em uma festa
histórica e também fora de hora

Ronaldinho Gaúcho, entre cartolas, pagodeiros e bicos: festa no Rio/Crédito: Vipcomm

Perfeitamente esperado o enredo desenvolvido na tarde desta quinta-feira, na Gávea, na festa de apresentação de Ronaldinho Gaúcho como novo jogador do Flamengo. Como previsíveis foram as presepadas de torcedores organizados, bicões de todos os tipos, funkeiras de segundo e terceiro escalões entortando a espinha dorsal e uma festa incrível para saudar a chegada do jogador que já foi eleito duas vezes como melhor do mundo e que luta para recuperar o brilho perdido em alguma balada, talvez...

O grande problema, na minha opinião, é que a festa que arrastou mais de 20 mil pessoas à Gávea e enlouqueceu torcedores do Flamengo no país inteiro ocorreu no pior dia possível. Para mim, era simplesmente surreal ver aquele bando de desocupados se esgoelando ao som de pagodeiros e funkeiros, antes da chegada de Ronaldinho, enquanto aumentava em proporções assustadores o número de mortos na região serrana do Rio, vítimas das chuvas. Mais de 250 pessoas morreram até agora. Diante disso, qualquer festa não tem sentido em se realizar.

Faltou sensibilidade, inteligência ou sentimento humanitário aos organizadores para adiar, um dia que fosse, a apresentação de Ronaldinho Gaúcho. Ele já fez tanta onda mesmo para definir o seu destino que não custava nada que marqueteiros e dirigentes marcassem para esta quinta-feira, por exemplo. Seria simpático, seria saudado como exemplo de gesto humanitário.

Mas como nada disso ocorreu, dá-lhe pagodeiros, dá-lhe cartolas, dá-lhe popozudas, dá-lhe torcedores organizados.

Seja bem-vindo, Ronaldinho Gaúcho!

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