Confesso que a inclusão do boxe feminino no programa olímpico a partir dos Jogos de Londres, em 2012, aprovada ontem pelo COI, me trouxe sentimentos ambíguos. Em tempos de igualdade dos sexos, seria até uma heresia de minha parte negar que as mulheres tivessem ao menos o direito de pleitear dividir os ringues olímpicos com os marmanjos, que já têm esta honra desde 1904, nos bagunçados Jogos de Saint-Louis (EUA). Mas particularmente, ainda não consigo me acostumar em ver duas garotas se estapeando sobre o quadrilátero de cordas e travando um diálogo de punhos, expressão popularizada pelo jornalista e presidente da Federação Paulista de Boxe, Newton Campos.
Preconceito à vista
Independentemente de se gostar ou não da decisão do COI, a única certeza é que haverá muita polêmica até os Jogos de Londres. Normalmente, o boxe feminino é visto sob uma ótica negativa. E até o cinema contribuí para isso, como no premiado “Menina de ouro”, de Clint Eastwood, cujo final trágico da protagonista Maggie Fitzgerald (interpretada por Hillary Swank) certamente não serve de incentivo para aumentar o número de mulheres boxeadoras.
O que veremos daqui para frente será uma verdadeira guerra, onde não faltará quem queira ridicularizar ou questionar a presença do boxe feminino nas Olimpíadas. Mais importante do que estas picuinhas é dar tranquilidade para as garotas brigarem (literalmente) pela medalha de ouro.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo
2 comentários:
Laguna,
confesso que tenho o mesmo sentimento ambíguo.
Na verdade, nem mesmo o boxe masculino e qualquer outro tipo de lua deveria estar presente numa olimpíada moderna.
Competição que tem por objetivo destruir o adversário não deveria ser considerado esporte.
O Newton Campos ainda é o presidente da Federação?
Ele parece eterno - mas é batalhador.
Abraços,
Mário Marinho.
Fala, Marinho,
o Newton Campos ainda preside a Federação Paulista sim...ele é que mantém a entidade viva. Sem ele, o boxe amador em Sp já tinha ido pro beleléu.
E obrigado pela visita
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